quarta-feira, 21 de maio de 2008

A minha missão!


Tenho pensado bastante sobre a questão da minha existência no mundo. Pra que vim? Porque estou aqui? Será que existe uma missão? Ou nascemos ao acaso?

O que fazer com a minha existência? simplesmente existir? sem propósito, sem objetivo, sem realizações? Seria o dom da existência apenas comer, dormir, estudar, trabalhar e procriar? Fico me perguntando a todo o momento se existe uma missão divina para cada ser neste mundo ou isso faz parte do imaginário do homem?

Em meio a tantas dúvidas, surge a lembrança de uma ilustre figura chamada: José Datrino, o José Agradecido ou simplesmente o Profeta Gentileza.

Um homem de origem simples e de uma sabedoria encantadora que dizia ser “amansador dos burros homens da cidade que não tinham esclarecimento”.

Aos doze anos José Datrino começou a ter premonições sobre sua missão na terra, onde acreditava que um dia, depois de constituir família, filhos e bens, deixaria tudo em prol de sua missão. E foi o que fez!

Largou tudo e tornou-se uma espécie de andarilho, e com sua túnica branca e sua longa barba, deixava seus escritos com palavras como amor, bondade, esperança, fé e gentileza!

Suas frases marcaram a nossa memória e o coração de quem pôde contemplar tal visão ou ouvi-lo dizer: "Gentileza Gera gentileza" "Amor, palavra que liberta"

Por muitas vezes, José Datrino, foi dado como louco e chegou a ser internado em manicômios psiquiátricos. Mas, louco porque? Louco por querer espalhar palavras tão belas e de conteúdos tão genuínos? Louco por querer atravessar o coração dos homens com as palavras: AMOR, BONDADE, RESPEITO e GENTILEZA? Louco por querer acordar nossos olhos cansados com tantos estragos diários? Louco por querer nos fazer notar sentimentos tão preciosos que vem sendo esquecidos devido ao valor incessante que damos à matéria?

Aos que o chamavam de louco, ele respondia: “Sou maluco para te amar e louco para te salvar”. E acredito, sinceramente, que José Datrino cumpriu com louvor a sua missão aqui na terra. A tal missão que eu tanto me pergunto se realmente existe.

É, não posso negar tal existência! Mas, qual seria a minha missão? Cheguei a pensar se a minha missão fosse levar alegria ao coração daqueles que me rodeiam. E se assim for, creio que estou no caminho certo, pois raros são os que passam por mim sem que sejam contagiados por toda a minha alegria e/ou pelo meu largo sorriso (mesmo, as vezes, tão timidamente encoberto pela dor). Sempre fazendo inúmeras palhaçadas ou falando inúmeras bobagens, lá vou eu arrancando risadas daqueles que dividem comigo momentos e histórias.

Mas, seria apenas essa a minha missão? Tão pequenina assim? Tão fácil de realizar? Tão simples de se tornar real? É diante de tantas dúvidas que vou tentando descobrir a minha verdadeira missão nesse mundo, querendo dar luz à minha existência, tirando-a da simplicidade, tornando-a notória!

terça-feira, 13 de maio de 2008

"Não te amo como se fosses a rosa de sal, topázio
Ou flechas de cravos que propagam o fogo:
Te amo como se amam certas coisas obscuras,
Secretamente, entre a sombra e a alma.
Te amo como planta que não floresce e leva
Dentro de si, oculta, a luz daquelas flores,
E graças a teu amor vive escuro em meu corpo
O apertado aroma que ascendeu da terra.

Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
Te amo assim diretamente sem problemas nem orgulho:
Assim te amo porque não sei amar de outra maneira,
Senão assim deste modo que não sou nem és,
Tão perto que tua mão sobre o meu peito é minha,
Tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho (...)"

(Pablo Neruda)