sexta-feira, 14 de novembro de 2008

“São seus olhos, sua boca, o teu cheiro na minha roupa.
São lembranças, BONS MOMENTOS, paixão que ficou no ar ..."
(autor desconhecido)

terça-feira, 3 de junho de 2008

Faz parte do meu show!

"Encontro um abrigo no peito do meu traidor..."
Essa frase deveria possuir beleza somente na consagrada música do também consagrado poeta Cazuza. Mas, diante dessa sociedade marginalizada em que vivemos cada vez mais cruel, violenta e imunda, encontrar abrigo no peito do traidor tornou-se uma "normalidade" no dia-a-dia de crianças, mulheres, adolescentes e famílias que tão cedo e tão diariamente vivenciam a ligação do ódio e do amor numa proximidade que chega a me assustar.

Como uma criança consegue amar e até mesmo admirar uma mãe ou um pai que a espanca, a deprecia e até mesmo a abusa sexualmente? Como uma mulher se sente protegida e até mesmo protege um homem que a machuca e deixa marcas de violência em seu corpo, como tatuagem que sangra e eterniza sinais na pele.

Observando de uma maneira fria e distante, me coloco numa confortável situação de expectadora onde “assumo” emoções daquilo que vejo, assisto, permitindo-me ser invadida por expressões de raiva, revolta e pena. Como ao assistir a novela “Duas Caras” onde Maria Paula depois de ser traída, roubada e até quase assassinada, resolve passar seus dias recostada sobre o peito daquele que um dia cometeu tantas barbáries.

Numa novela das 20hs tudo fica tão lindo, tão belo. Mas a realidade é tão dura e cruel que logo corta a nuvem imaginária e feliz que nos cerca neste momento.

Quando me referi às expressões que me cabe ao assistir tais cenas, citei o sentimento de Pena. PENA?

Quando me permito sair desse simples papel de expectadora e passo a ser a protagonista desta cena, o sentimento de menor grau que posso sentir é pena. Talvez pena pelo agressor, por haver um coração e uma mente tão marcados pela maldade, mas nunca pena de mim mesma.

[Quando eu olho o outro, é quando me vejo]

Quem nunca procurou abrigo no peito do seu traidor? Por menor que tenha sido o ato cometido por ele. Quem nunca insistiu em acreditar na inocência daquele que vêm cometendo loucuras ao seu lado e só você não vê ou finge não perceber?

O homem que tanto feriu meu coração no passado e que cometeu tantas loucuras e barbaridades é o mesmo homem que ainda AMO e que venho fazendo planos matrimoniais. Estaria eu buscando abrigo no peito do meu traidor?

Relevo os erros do passado e deixo-me tomar por uma enorme gama de esperança que me faz sonhar com o dia em que tudo isso terá um FIM e eu possa viver “feliz para sempre” ao lado do homem que escolhi viver, como nas histórias infantis que costumava ouvir quando criança.

Onde busco a esperança? Em DEUS, onde mais seria?

Onde por um lado a psiquê de Freud poderia estar me dando base para suportar tal demanda, Deus por um outro lado, ou por um todo, me dá a paz e a certeza de que posso sim levar este sonho à diante.

Quem nunca cometeu um erro que atire a primeira pedra!


E é nessa linha de pensamento que vou levando a idéia desta segunda, terceira ou quarta chance que venho dando a este homem e ao meu coração.

Hoje, vejo provas do fazer divino nele. E é quando ouço a sobrinha se referir a ele como “meu tio novo” é que percebo a proporção desse novo homem que se transforma diariamente ao meu lado.

Procurando abrigo no peito do meu traidor ou não, o importante é que estou FELIZ! Uma felicidade ilusória ou não, não deixa de ser uma FELICIDADE.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

A minha missão!


Tenho pensado bastante sobre a questão da minha existência no mundo. Pra que vim? Porque estou aqui? Será que existe uma missão? Ou nascemos ao acaso?

O que fazer com a minha existência? simplesmente existir? sem propósito, sem objetivo, sem realizações? Seria o dom da existência apenas comer, dormir, estudar, trabalhar e procriar? Fico me perguntando a todo o momento se existe uma missão divina para cada ser neste mundo ou isso faz parte do imaginário do homem?

Em meio a tantas dúvidas, surge a lembrança de uma ilustre figura chamada: José Datrino, o José Agradecido ou simplesmente o Profeta Gentileza.

Um homem de origem simples e de uma sabedoria encantadora que dizia ser “amansador dos burros homens da cidade que não tinham esclarecimento”.

Aos doze anos José Datrino começou a ter premonições sobre sua missão na terra, onde acreditava que um dia, depois de constituir família, filhos e bens, deixaria tudo em prol de sua missão. E foi o que fez!

Largou tudo e tornou-se uma espécie de andarilho, e com sua túnica branca e sua longa barba, deixava seus escritos com palavras como amor, bondade, esperança, fé e gentileza!

Suas frases marcaram a nossa memória e o coração de quem pôde contemplar tal visão ou ouvi-lo dizer: "Gentileza Gera gentileza" "Amor, palavra que liberta"

Por muitas vezes, José Datrino, foi dado como louco e chegou a ser internado em manicômios psiquiátricos. Mas, louco porque? Louco por querer espalhar palavras tão belas e de conteúdos tão genuínos? Louco por querer atravessar o coração dos homens com as palavras: AMOR, BONDADE, RESPEITO e GENTILEZA? Louco por querer acordar nossos olhos cansados com tantos estragos diários? Louco por querer nos fazer notar sentimentos tão preciosos que vem sendo esquecidos devido ao valor incessante que damos à matéria?

Aos que o chamavam de louco, ele respondia: “Sou maluco para te amar e louco para te salvar”. E acredito, sinceramente, que José Datrino cumpriu com louvor a sua missão aqui na terra. A tal missão que eu tanto me pergunto se realmente existe.

É, não posso negar tal existência! Mas, qual seria a minha missão? Cheguei a pensar se a minha missão fosse levar alegria ao coração daqueles que me rodeiam. E se assim for, creio que estou no caminho certo, pois raros são os que passam por mim sem que sejam contagiados por toda a minha alegria e/ou pelo meu largo sorriso (mesmo, as vezes, tão timidamente encoberto pela dor). Sempre fazendo inúmeras palhaçadas ou falando inúmeras bobagens, lá vou eu arrancando risadas daqueles que dividem comigo momentos e histórias.

Mas, seria apenas essa a minha missão? Tão pequenina assim? Tão fácil de realizar? Tão simples de se tornar real? É diante de tantas dúvidas que vou tentando descobrir a minha verdadeira missão nesse mundo, querendo dar luz à minha existência, tirando-a da simplicidade, tornando-a notória!

terça-feira, 13 de maio de 2008

"Não te amo como se fosses a rosa de sal, topázio
Ou flechas de cravos que propagam o fogo:
Te amo como se amam certas coisas obscuras,
Secretamente, entre a sombra e a alma.
Te amo como planta que não floresce e leva
Dentro de si, oculta, a luz daquelas flores,
E graças a teu amor vive escuro em meu corpo
O apertado aroma que ascendeu da terra.

Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
Te amo assim diretamente sem problemas nem orgulho:
Assim te amo porque não sei amar de outra maneira,
Senão assim deste modo que não sou nem és,
Tão perto que tua mão sobre o meu peito é minha,
Tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho (...)"

(Pablo Neruda)